Projetos de pesquisadores de Ourinhos mudam a vida de quem perdeu a visão

Por meio dos outros sentidos, principalmente do tato, os cegos estão conhecendo e reconhecendo a ciência




Dois projetos de pesquisadores de Ourinhos estão mudando a vida de quem perdeu a visão. Por meio dos outros sentidos, principalmente do tato, os cegos estão conhecendo e reconhecendo a ciência. Graças à sensibilidade das mãos que o conhecimento é absorvido. Mãos que agem como olhos e reconhecem texturas, formas e temperatura de objetos encontrados na natureza.  

Imagine ver o mundo por meio de um simples toque e poder enxergar o que está ao seu redor. Essa é a proposta de dois projetos da Unesp de Ourinhos que fortalecem a importância do tato na inclusão social de deficientes visuais.

Durante as aulas os alunos como Yumiko Goto interagem com os diferentes exemplares de solos e rochas. "É um projeto interessante. Dá para perceber a textura áspera e lisa, é geladinha, é interessante vir conhecer esta proposta", afirma.  

Os sentidos são testados, principalmente, em tabuleiros de jogos da velha e dama desenvolvidos com pedras e texturas especiais. "O jogo da dama é um conhecimento importante, um jogo importante. Dá para fazer várias coisas novas, aprender e levar para a casa", ressalta Jaciro Antonio.

"É um trabalho de educação ambiental inclusiva. Já atendeu cerca de três mil pessoas. A idéia é trabalhar a sensibilização junto à natureza, água, solo, ar e isso pressupõe um compromisso com a sustentabilidade", explica Maria Cristina Perusi, coordenadora do Projeto Colóide.  

A leitura e o entendimento das representações geográficas em relevo ajudam no aprendizado de geografia. Desta experiência surgiu a ideia do desenvolvimento de um atlas voltado especialmente para portadores de deficiência.

Há 11 anos, Geraldo Soares de Almeida perdeu a visão em um acidente de trabalho e descobriu em iniciativas como estas uma forma de se reencontrar com o mundo a sua volta. "Esse projeto percebe na prática as formas do barro, da argila, saber que dá para fazer jogos com coisas simples. A mão acaba sendo praticamente nossos olhos", afirma.

Fonte - Temmais.com